A amigdalite é uma inflamação das amígdalas, que na maioria das vezes é provocada por uma infecção viral, sendo menos frequente a causa bacteriana. É uma doença que atinge maioritariamente as crianças, com igual probabilidade de aparecimento em ambos os sexos.
Os sintomas mais frequentemente associados são a dor na cavidade oral ou ouvidos, dificuldade em deglutir, febre, mau estar geral e gânglios aumentados no pescoço. Nas crianças mais pequenas, os sinais podem ser mais inespecíficos e podem ir desde a recusa alimentar, estarem constantemente a babarem-se ou referirem dor quando engolem. À observação temos um aumento das amígdalas, muitas vezes muito inflamadas/vermelhas e com presença de pontos brancos na sua superfície. A presença de sintomas como a dificuldade em respirar, a dificuldade em abrir a boca e a presença de uma tumefacção/inchaço no pescoço deverão motivar uma ida à urgência. Estes sintomas podem estar associados à presença de abcessos na cavidade oral ou no pescoço, complicações graves de uma amigdalite e que necessitam de uma intervenção urgente.
Se se tratar de uma infecção viral, o tratamento é dirigido aos sintomas, recorrendo a anti-inflamatórios, antipiréticos e analgésicos. Se a infecção for bacteriana, o tratamento deverá ser feito através da toma de antibiótico.
A cirurgia de remoção das amígdalas, designada por amigdalectomia, está reservada para os casos em que as amigdalites bacterianas acontecem com muita frequência ou quando existem complicações associadas a essas infeções, nomeadamente complicações cardíacas, renais ou existência de abcessos prévios.
Torna-se assim essencial distinguir entre as diferentes formas de infecção que podem ocorrer na boca.
Damos a conhecer um estudo publicado recentemente, onde os autores verificaram que a cirurgia de remoção de adenóides e das amígdalas não provoca diminuição na ocorrência de infecções respiratórias. Mais especificamente, os autores foram comparar crianças operadas às amígdalas e adenóides com outras crianças da mesma idade que não foram operadas. Verificaram que após a cirurgia, o número de idas à urgência hospitalar por episódios de faringite aguda, sinusite ou otites médias foi igual.
Este estudo reforça duas ideias que são importantes de reter:
– torna-se importante estabelecer um correcto diagnóstico pré operatório, diferenciando entre amigdalites de repetição e faringites/outras infecções respiratórias, visto que a eficácia da cirurgia é dependente do correcto diagnóstico;
– Perceber que apesar de um diagnóstico e cirurgia correcta, poderão persistir episódios de infecções recorrentes como faringites, otites ou sinusites.
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