A surdez no adulto pode ter múltiplas etiologias ou causas, sendo que a mais frequente é a perda auditiva associada à idade (presbiacusia) e que ocorre em metade das pessoas com 75 ou mais anos.
Pode ainda ocorrer perda auditiva em outras situações como sejam:
– traumatismo sonoro crónico ou agudo, como o que acontece em algumas profissões, concertos de música, etc …
– doenças do ouvido médio como sejam a otites crónicas com e sem perfuração do tímpano, otosclerose, Doença de Ménière ou tumores;
– doenças do ouvido externo, como sejam malformações, tumores, exostoses ou infecções recorrentes;
– lesões associadas ao uso de certos medicamentos tóxicos para o ouvido interno, como são exemplo alguns antibióticos, aspirina, medicamentos de quimioterapia, etc…
Se estivermos perante uma surdez do ouvido interno, na grande maioria das vezes estamos a falar de uma perda que é irreversível.
Existem alguns cuidados básicos que podemos ter para salvaguardar a nossa audição como sejam a utilização de protectores auditivos em locais com muito ruído, evitar a exposição a ruídos intensos nomeadamente em concertos ou head-phones e a utilização de fármacos com potencial tóxico para o ouvido, entre outros.
A surdez tem um elevado impacto na qualidade de vida dos pacientes e em todos os casos é sempre possível estabelecer um plano terapêutico e idealmente melhorar ou resolver o problema da surdez.
Muitas vezes a surdez pode associar-se à presença de outras queixas como as tonturas/vertigem e zumbidos, acentuando ainda mais a perda de qualidade de vida.
Os tratamentos podem ser farmacológicos, cirúrgicos ou utilização de próteses auditivas, sendo que a seleção dos mesmos vai depender da causa da surdez.
A tontura e a vertigem são muito prevalentes e normalmente estão associadas a problemas de saúde com impacto muito significativo na qualidade de vida.
De uma forma simples, podemos dizer que a vertigem é uma ilusão de movimento e a tontura é uma sensação de desorientação espacial.
Podem ter como origem problemas dos ouvidos, onde se incluem, por exemplo, a nevrite vestibular (inflamação do nervo do equilíbrio), a VPPB (vulgarmente conhecida como a “doença dos cristais”) e a Doença de Ménière. Podem ainda ter como responsáveis doenças do sistema nervoso central, como é exemplo a vertigem associada à enxaqueca ou a paroxismia vestibular, ou ainda associados a doenças psiquiátricas ou cardiovasculares.
Os tratamentos podem passar pela toma de medicamentos, realização de manobras específicas para o reposicionamento dos cristais, alterações no estilo de vida e/ou realização de reabilitação vestibular. Nalguns casos pontuais pode haver indicação cirúrgica.
Na grande maioria dos doentes consegue-se chegar a um diagnóstico e estabelecer um plano terapêutico com ganhos substanciais na qualidade de vida.
Raras são as situações em que não é possível oferecer ajuda ao paciente.
O zumbido é a percepção de um barulho nos ouvidos ou na cabeça, quando não há nenhuma fonte externa. É extremamente comum, não sendo uma doença por si só, ou seja, é o resultado de uma condição ou problema.
Pode ser apenas num ouvido ou em ambos, ter um timbre agudo ou grave, ser continuo ou pulsátil, parecer água a correr, um click, etc
Existem um grande número de condições que causam o zumbido, no entanto, muitas vezes a causa não é identificável.
As causas mais frequentes são a perda auditiva associada à idade, exposição a sons intensos (concertos, máquinas industriais, etc…) infecções crónicas do ouvido médio ou presença de cera em excesso.
O zumbido pode ainda estar associada ao tabaco, cafeína, hipertensão arterial, malformações arteriais ou associado à toma de medicamentos como são exemplo os antibióticos, antidepressivos, aspirina, entre tantos outros.
A melhor forma é prevenir, diminuindo a exposição a sons intensos através da utilização de protecção auditiva ou diminuindo o volume do som dos auscultadores, e praticar regularmente exercício físico, uma dieta saudável e uma boa higiene do sono.
Deve recorrer a uma consulta quando o zumbido lhe provoque queixas, e principalmente quando este aparecer de forma súbita ou estiver associado a surdez ou tonturas.
O recurso à consulta pode também responder aos problemas de insónias, stress, ansiedade e problemas de concentração que muitas vezes se associam aos zumbidos.