Apesar de todos as atenções estarem centradas na pandemia de COVID-19, não devemos esquecer as vacinas já existentes.
É o caso da vacina do vírus do papiloma humano (HPV), que já faz parte do plano nacional de vacinação.
Actualmente, só está definida para raparigas com 10 anos de idade, estando já anunciado que, a partir de 1 de Outubro de 2020, passara a abranger também os rapazes da mesma idade. O que está preconizado são duas doses de vacina que protege contra nove diferentes tipos de HPV, os quais podem estar associados à ocorrência de cancro.
Um artigo recente salienta que esta vacina tem claramente benefícios em ser aplicada noutros contextos, além do preconizado no programa nacional de vacinação, uma vez que:
– reduz a presença de lesões suspeitas de cancro no colo do útero, mesmo que essas pessoas já tenham tido contacto prévio com o HPV;
– diminui o número de lesões orais pelo HPV, tanto em homens como em mulheres.
Este último ponto é particularmente importante, uma vez que é conhecida a associação deste vírus com a ocorrência de cancro da cabeça e do pescoço localizado na orofaringe, mais especificamente amígdalas e língua.
Os autores concluem que a vacina é eficaz tanto em homens como em mulheres, independentemente de já terem tido contacto prévio com o HPV, recomendando que a mesma seja administrada a todas as pessoas adultas até aos 45 anos.